sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A ilha - Sándor Márai

A ilha, de Sándor Márai (D.Quixote)
Título original: A Sziget
Ano: 1934
Tradução para a Língua Portuguesa:
Piroska Felkai

Sinopse:
Se o professor Viktor Henrik Askenasi, viajando de Paris em direcção à Grécia, decide parar em Dubrovnik (na época ainda chamada Ragusa), é porque - tal como muitas personagens de Márai - tem ali um encontro com o destino. Porque é ali que poderá encontrar a resposta à pergunta que sempre o atormentou - e que o levou, alguns meses antes, a deixar a família,, os estudos e o ensino de grego antigo para ir viver com uma duvidosa bailarina russa. Situação banal, embora bastante «inconveniente», como consideram os seus amigos e colegas: um homem maduro que se apaixona por uma jovem atraente. Mas não: à turbulenta Eliz, como a todas as mulheres que conheceu, Askenasi não fez mais do que pedir a resposta que incessantemente tem procurado. Mas nem mesmo ela, com a sua sensualidade solar e o seu generoso despudor, foi capaz de lha dar: Eliz não era a meta, podia apenas mostrar-lhe o caminho.
Agora, chegado a um hotel de uma pequena estância balnear na costa da Dalmácia, Askenasi pretende recuperar da depressão em que se encontra, e foge tanto da amante que acabou de abandonar, como da esposa, da filha, dos amigos e do trabalho. Foge sobretudo da pergunta que o atormenta: o que procuramos, e nos escapa constantemente, por trás da paixão, do desejo? Que vazio incompreensível aspiramos preencher através de cada acto das nossas vidas? Mas, depois de quatro dias agitados, durante os quais revive os passos do seu adultério, Askenasi toma uma decisão repentina e louca que irá fazer tremer as fundações da sua vida.

Pouco mais há a acrescentar a esta sinopse. A ilha, tal como grande parte da obra de Márai, é mais um romance interior, um estudo metafísico ou filosófico, sobre a procura da felicidade. A personagem de Askenasi, um homem que tem tanto de admirável como de reprovável, vive atormentado por uma constande dúvida que o assalta desde que tinha um casamento estável, e cuja resposta ele não encontrou nem no adultério.
O que é isto da paixão, onde encontramos felicidade, o que sabemos sobre o amor? Nesta obra, Sándor Márai, leva-nos às suas considerações sobre estes temas, através da personagem atormentada pela felicidade e o amor completos que não encontra em ninguém.
Depois de As Velas Ardem até ao Fim, que tenho como sendo a grande obra prima de Márai, considero este livro um dos melhores do autor, juntamente com A Mulher Certa e A Irmã.

Escrita: 9/10
História: 8/10
Personagens: 8/10
Geral: 8/10


 Outros livros do autor comentados em Capítulo Nosso:
As velas ardem até ao fim;
Rebeldes;
A herança de Eszter;

A irmã;

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